QUAL A VOCAÇÃO DE SABARÁ? ROTO ROOTER # 6


Muitas cidades do Brasil são conhecidas nacionalmente por causa de alguma característica
marcante, que quando se fala no nome da cidade, logo se pensa em algo peculiar do local. Por
exemplo, quando se fala em carnaval, logo pensamos no Rio de Janeiro; quando se fala em axé,
logo pensamos na Bahia; quando se fala em praias, logo pensamos nas praias do nordeste como
Fortaleza, Porto Seguro, Recife e muitas outras.

É assim que alguns lugares atraem a atenção das pessoas.

Em nosso estado, Minas Gerais, somos conhecidos por ter a fama de “come quietos”, e como
bons mineiros, somos muitos acolhedores, aliás, dizem que a sala da casa dos mineiros é a
cozinha, onde recebemos nossas visitas e as conquistamos pela nossa rica culinária; o tutu de
feijão, o feijão tropeiro, o torresmo, as broas de fubá, o queijo, e é claro, o pão de queijo. “Ó Minas
Gerias, quem te conhece não esquece jamais”!

Mas falando de nossa realidade, de nosso município, podemos perguntar: afinal, qual a vocação
da cidade de Sabará?

Acabamos de comemorar no último dia 17 de julho o aniversário de 300 anos de elevação à Vila
Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará, ou para nós, simplesmente Sabará.

Podemos pensar que nossa cidade talvez seja conhecida pelas Igrejas Históricas, dos tempos de
Aleijadinho e dos escravos; então podemos supor que nosso ponto forte seja o turismo por causa
de nossa cultura barroca e de nossas igrejas históricas; será?

Quem sabe ainda, nossa vocação seja ser lembrados pela exploração do ouro e do minério de
ferro; ou será ainda a que nossa vocação é de cidade dormitório?

Assim, vamos tentando descobrir a real vocação de Sabará, e descobrir ainda, quando se fala no
nome de nossa cidade, o que vem à nossa mente para definirmos nossa tão importante cidade?

O que não podemos esquecer, é que a cidade não se resume à bela arquitetura das Igrejas
históricas no centro de Sabará ou à exploração do ouro à época de Dom Pedro e família real.

A verdade, é que não temos identidade, não somos conhecidos ou reconhecidos por algo que traz
orgulho para nosso município e para nossa gente, orgulho de ser sabarense ou filho adotivo desta
terra.

Aliás, nos últimos 10 anos, somos conhecidos como a cidade do lixão, do trio elétrico
desgovernado matando foliões no carnaval da cidade; temos sido conhecidos pela falta
de saúde de nossa Santa Casa, pelo radar instalado em local inadequado de acordo com
relatório do Ministério Público Estadual; conhecidos pela nossa atual gestão pública
executiva que “prometeu ajudar, mas não marcou data nem dia e nem hora”; conhecidos
pela falta de infra estrutura e desenvolvimento social no bairro Castanheiras, pela falta de
saneamento básico no bairro Galego, pela exploração de minério de ferro em uma parte da
Serra da Piedade que pertence a Sabará e que poucas pessoas sabem disto; assim, esta tem
sido nossa vocação de uns tempos prá cá.

A realidade, é que mesmo com toda a modernidade que a globalização trouxe ao mundo, nossa
cidade ainda vive nos tempos de 300 anos atrás; temos o “senhor feudal” que divide suas
terras em feudos e coloca para governar estes feudos os seus “puxa saco”, que não passam de
aproveitadores e “sangue sugas”, que ficam sempre à espera de cargos prometidos em campanha

para sempre comerem uma fatia do bolo que é divido com poucos. Ou quem sabe ainda vivemos
nos tempos do coronelismo, na qual o coronel da cidade que tem o maior poder aquisitivo, compra
o padre, o pastor, o delegado, o juiz para não perder o poder do cortiço, do vilarejo, do povoado,
da vila... E ai de alguém quando se atreve a intrometer em seu caminho...

Pois bem, fica cada vez mais evidente que não somos conhecidos por nenhuma vocação que
traga orgulho por ser de Sabará.

É preciso à nossa gestão pública (vereadores e prefeito), assumirem verdadeiramente sua
missão, de não apenas representar o povo na câmara e na prefeitura, mas adotar e promover
políticas que de fato façam a diferença na vida das pessoas da cidade. Ter um olhar, uma
sensibilidade e a responsabilidade de tornar nossa cidade conhecida por práticas que sirvam de
exemplo para próximas gestões e para outras cidades.

Jamais se esquecer que nem tudo na cidade é tombado pelo patrimônio histórico e artístico do
estado ou nacional (IEPHA e IPHAN). Investir em saneamento básico, infra estrutura, habitação,
geração de emprego e renda, segurança pública, concurso público, etc.

Ter consciência que na cidade existe muito mais que Igrejas históricas e obras barrocas. Existe o
bairro Castanheiras, o bairro Galego, o córrego Malheiros no bairro Nações Unidas, tem Ravena,
Borba Gato , Borges, Palmital, Alvorada, Cabral, Fátima, General Carneiro e tantos outros bairros
que precisam de investimento e desenvolvimento social, e não ficar apenas por aí dizendo que a
cidade cresceu de forma desordenada e desorganizada; não ficar por aí dizendo que se dermos
uma andada por Sabará vamos ver que o bairro Galego ainda não é dos piores.

Saber o que fazer, todos sabem. Fazer o que tem que ser feito, é outra coisa.

Marcelo Gomes
Graduado em Filosofia
Pós Graduando em Gestão de Pessoas

1 comentários:

Adolfo Coli disse...

O que acontece hoje em Sabará é a total falta de planejamento, um plano diretor para a cidade. Nosso município está carente de uma administração que entenda a real demanda da cidade, o desenvolvimento econômico. Sabará é extremamente carente de indústrias que gerem renda e emprego, somos um município do sub emprego. Precisamos de escolas técnicas acessíveis a população e um grande empenho da prefeitura e do estado para atrairmos indústrias para cá. Lembro-me que na última eleição municipal o deputado Wander Borges trouxe até Sabará o então governador Aécio Neves. Este prometeu ajudar-nos em nosso desenvolvimento. Disse: "As portas do meu governo estarão escancaradas para Sabará". Pois bem, cadê a ajuda prometida Wander Borges... Peça ao sucessor de Aécio Neves que pelo menos abra uma greta de sua janela para nós.